Revista Reformador

Escolha da morada

“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim,
eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.” (João, 14:2.)

A afirmativa de Jesus, registrada pelo Evangelista João, nos revela uma visão que transcende as moradas dos universos que abrigam infinitas humanidades, dentre essas a que pertencemos.

No entanto, há outras que não se encontram no cosmo, mas dentro de nós; são as moradas que a nossa vontade escolhe para abrigo na intimidade.

Infelizmente, a maioria delas tem relação com a nossa inferioridade intelecto-moral, preferindo residir no egoísmo, na vaidade, na ganância, no poder, na inveja, na usura, na gula, no ódio e na vingança, dentre tantas outras situações lamentáveis.

Tais moradas são próprias das nossas imperfeições e da ausência de uma visão da imortalidade e isso nos faz transitar por elas como nômades, porque não nos oferecem o conforto e a alegria de uma boa residência.

No entanto, na infinidade das moradas existem aquelas que nos oferecem conforto, consolo, esperança e alegria.

A morada que Jesus ofereceu é a do amor, única a nos fazer felizes em seu abrigo. Por tanto, se residimos no egoísmo, na vaidade, na ganância, no poder, na inveja, na usura, na gula, no ódio, na vingança, no ciúme, Jesus nos convida a fazermos mudanças de moradia para o desprendimento: a humildade, a abnegação, a obediência, a renúncia, a elevação, a moderação, a benevolência, o perdão, o desinteresse. Essas são residências ao nosso alcance, de controle e de opções, porque dependem exclusivamente da nossa vontade. As residências cósmicas estão nos desígnios do Pai, Amoroso e Bom, mas essas são opções que nos farão melhores e dignos de habitar mos mundos cósmicos melhores, cujas humanidades fazem suas moradias nas virtudes e no amor ao próximo.

Saibamos, pois, escolher nossas moradas, realizando as mudanças necessárias como inquilinos dignos de habitar mundos cósmicos ou íntimos, onde a obra divina nos corações de seus habitantes é o Reino de Deus.

O Divino Amigo prepara o lugar. Que sejamos dignos de usufruir da felicidade e da alegria do mundo que Ele preparou para os brandos e humildes de coração.