Revista Reformador

O tormento da culpa

Marco Prisco (Espírito)

Ao dar-se conta do erro cometido, todo aquele que se conscientiza da realidade passa a experimentar tormentoso constrangimento que se transforma em aflição.

O nascimento da culpa na consciência é sutil e delicado, num significado de elevação moral e de crescimento para a verdade.

Quando desponta, começa a amargurar enquanto se converte em ideia fixa, a caminho de transtorno emocional.

Esse momento, embora tormentoso, possui um grande significado na economia evolutiva do ser humano.

São muitas as circunstâncias que induzem ao delito, aos equívocos, às ações reprocháveis, nem sempre detectadas pelo agressivo ou dissimulador.

Não se justifica a prática da mentira, ainda mais quando nela se persiste, do engodo, da desonestidade, do crime. Ocorre em razão da inferioridade moral do Espírito que lhe traz as matrizes hediondas desde existências passadas.

Repontam com vigor e impõem-se como novos hábitos que se insculpem no comportamento doentio.

Depois de praticados geram situações embaraçosas, quan[1]do não produzem prejuízos e gravames perturbadores.

Passados os momentos infelizes, à medida que ocorre o processo de transformação moral para melhor, eis a culpa assediando, afligindo com vigor.

Você não poderá anular o mal que já fez, nem o ignorar. No entanto, você dispõe da oportunidade de repará-lo.

Se houver ocasião de refazer o caminho, corrija a infração, retifique o equívoco.

Se não ocorrer momento para tanto, recomece em termos corretos, aja com retidão.

Você não poderá retroceder para anular o mal que foi praticado, mas dispõe de recursos para edificar o futuro.

Pratique todo o bem ao seu alcance e confie na misericórdia de Deus.

Você pode recompor-se, atuando com novo e saudável comportamento.

Afastados da mente a ilusão do triunfo e o júbilo da vanglória, estabeleça novas metas e recomponha-se.

O Senhor não deseja a morte do ímpio, mas espera o desaparecimento da impiedade.

Dilua a culpa mediante as propostas de não mais errar e das ações dignificadoras em construção de uma nova conduta.

As leis de Deus estão fixadas na consciência humana, o que faculta inevitáveis avaliações que proporcionam o aplauso ao bem e o repúdio ao mal.

A culpa é um pássaro negro de asas fortes que pousa na vítima e lentamente a esmaga.

Reaja a esse sentimento autopunitivo com lucidez e alegria em face do poder de que dispõe para a reparação dos erros.

Há depressões que induzem ao suicídio sob a constrição da culpa cuja função é despertar para o comportamento eficiente e não para a destruição do infrator.

Confie na mensagem de Jesus sobre o amor, inscreva-a no coração e reinvente-se, renascendo dos escombros para viver em paz e ser feliz, ao tempo em que se reabilita.

Enquanto a existência estua, as oportunidades de enriquecimento multiplicam-se.

Agora, portanto, é o seu momento de renovar-se, de reparar, sem o tormento da culpa.

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 10 de dezembro de 2014, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)